Vida e Obra de Flávio de Carvalho

Flávio de Carvalho

Vida e Obra


    Flávio Rezende de Carvalho, mais conhecido como Flávio de Carvalho, foi um arquiteto moderno brasileiro reconhecido mundialmente por sua maneira inovadora e provocativa de mostrar sua visão de mundo através da arte, nascido no dia 10 de agosto de 1899 em Barra Mansa, no Rio de Janeiro, tendo se mudado com sua família para a França ainda em sua infância, recebendo uma rigorosa educação formal e erudita. No ano de 1918 se mudou para Inglaterra onde começou a cursar engenharia no período matutino e artes no período noturno, se formou engenheiro em 1922, porém opta pela arte, retornado ao Brasil para a Semana de Arte Moderna de 22.

       Citado por muitos como 'multipotencial' por possuir habilidades diversas nas artes plásticas (foi pintor, desenhista, escultor e crítico de arte), na arquitetura (trabalhou com cenografia, projeto de móveis e decoração de interiores), na moda (foi figurinista) e na literatura sendo autor de diversos artigos na coluna 'Casa, Homem, Paisagem' para o jornal 'Diário de São Paulo' na qual escreve, sobretudo sobre arquitetura e urbanismo. É considerado um dos arquitetos pioneiros da arquitetura moderna brasileira, apesar de ter construído apenas dois de seus projetos: o conjunto de casas da alameda Lorena e a fazenda Capuava. Participou de diversos concursos públicos, como por exemplo para o Palácio do Governo do Estado de São Paulo, em 1927, no qual apresentou um edifício monumental com volumes decompostos marcados pela "intensidade dramática", segundo o juri, dos jogos de luzes vindos dos holofotes.

O conjunto de casas da alameda Lorena (1936/1938)




    Também conhecido como a "Vila Modernista dos Jardins", está localizado na esquina com a Rua Ministro Rocha de Azevedo (bem próximo à Avenida Paulista). Erguidas de 1936 a 1938, as dezessete casas distribuídas entre a alameda Lorena e a Alameda Ministro Rocha Azevedo tinham como objetivo a formação de uma sociedade “moderna”, para os padrões do início do século passado. Com 100 metros quadrados de área construída, as unidades possuem cômodos pequenos: a intenção era estimular a convivência no espaço público.



    A distribuição dos cômodos apresenta uma relação tripartida, ou seja, os cômodos destinados a serviços localizam-se no fundo em relação à elevação principal, os dormitórios – área íntima – localizam-se no segundo pavimento, enquanto que a área  íntima – localizam-se no segundo pavimento, enquanto que a área social fica voltada para a rua. Mesmo o arquiteto propondo uma tentativa de subverter essa hierarquia dos cômodos a partir da dupla frontalidade [...].



    A partir de uma análise das plantas detecta-se a sua configuração tripartida – área íntima/ serviço/ social - típica de uma organização oitocentista francesa com o lavabo voltado para a entrada, com o uso social. 















    A partir de uma análise das plantas detecta-se a sua configuração tripartida – área íntima/ serviço/ social - típica de uma organização oitocentista francesa com o lavabo voltado para a entrada, com o uso social. 

A fazenda Capuava (1939)



É considerada como síntese de seu pensamento arquitetônico. Nela, a decoração é tão importante quanto a arquitetura! A frente do edifício tem a forma de um trapézio alto; e seu interior é um grande salão sem divisórias, com cortinas de panos coloridos que dançam com o vento. Os banheiros e a cozinha são revestidos com chapas de alumínio, material considerado extremamente moderno. Ela possui também uma lareira com cúpula da mesma matéria-prima pensada para soltar fumaça colorida, fato que, por si só, comprova a imaginação e irreverência do arquiteto.


https://www.archdaily.com.br/br/913591/do-ladrilho-hidraulico-ao-aluminio-a-irreverencia-de-flavio-de-carvalho-no-brasil-moderno

Monografia - Flávio de Carvalaho: vila américa - conjunto de casas da Alameda Lorena - Um modernismo - CAROLINA PIERROTTI ROSSETI (http://www.nomads.usp.br/documentos/textos/habitacao/FlaviodeCarvalhoVilaAmericaconjuntodecasasdaalamedaLorena/mono_Carol.pdf)

https://vejasp.abril.com.br/blog/memoria/casas-modernistas-jardins-flavio-de-carvalho/