Le Corbusier

Trajetória

Le Corbusier, pseudônimo de Charles-Edouard Jeanneret-Gris, nasceu em La Chaux-de-Fonds, na Suíça, no dia 6 de outubro de 1887. Filho de Edouard Jeanneret, que trabalhava em uma renomada indústria de relógios, e de Jeannerct-Perrct, uma professora de piano, com 13 anos entrou para a escola de artes decorativas de sua cidade natal, com o objetivo de trabalhar na indústria de relógios, seguindo os passos de seu pai. Com 15 anos recebeu um prêmio da Escola de Artes Decorativas de Turim pelo desenho de um relógio.
Foi aluno do arquiteto Charles L’Eplattenier a quem chamava de “meu mestre”. Após deixar a escola, foi incentivado a estudar arquitetura e recebeu de L’Eplattenier a primeira licença para trabalhar em um projeto local. Com 19 anos, concluiu seu primeiro projeto de uma casa para um fabricante de relógios. Com 20 anos, com o objetivo de aprimorar seus conhecimentos, realizou uma viagem pela Europa e conheceu grandes obras antigas.
Em 1908 trabalhou no escritório do arquiteto francês Auguste Perret, que era pioneiro no uso do concreto armado.
Em 1912, o arquiteto retornou a sua cidade natal para lecionar ao lado de L’Eplattenier e em seguida abriu seu escritório de arquitetura. Em 1917 foi morar em Paris e começou a trabalhar na Sociedade de Aplicação do Concreto Armado. 
Em 1908 trabalhou no escritório do arquiteto francês Auguste Perret, o pioneiro no uso do concreto armado. Entre outubro de 1910 e março de 1911 esteve em Berlim, onde trabalhou como o renomado arquiteto e designer Peter Behrens, outro pioneiro da construção moderna. Ainda em 1911, percorreu a Europa Central e a Grécia. Em 1912, construiu a “Villa Schob” na Suíça, quando adotou simetria na planta que se insere dentro de um quadrado, projetando alguns terração, trazendo o exterior para dentro do edifício.
Le Corbusier tornou-se conhecido entre a vanguarda parisiense antes mesmo de ter um número significativo de obras construídas. Apesar de fazer uma arquitetura para a qual ainda não havia mercado, sua notoriedade lhe proporcionou várias encomendas para construção de casas de campo nos arredores de Paris. Entre 1927 e meados de 1930, seu escritório elaborava projetos revolucionários de urbanismo para vários países, incluindo o Brasil, que visitou pela primeira vez em 1929.
Em 1930, Le Corbusier casou-se com a parisiense Yvonne Gallis, tornando-se cidadão francês. Em 1936 veio para o Brasil a convite do urbanista Lúcio Costa para prestar consultoria no projeto do Palácio Gustavo Capanema. Em 1940, quando Paris foi ocupada pelos nazistas, Le Corbusier refugiou-se no sul da França. Entre 1945 e 1949 atuou como consultor para a reconstrução das cidades destruídas pela guerra. Entre 1946 e 1947, junto com Oscar Niemeyer, participou dos estudos para a edificação da sede da ONU, em Nova Iorque. Entre 1950 e 1965, foi consagrado como um grande arquiteto internacional. Em 1959, recebeu o título de doutor honoris-causa pela Universidade de Cambridge.
Le Corbusier faleceu em Roquebrune-Cap-Martin, França, no dia 27 de agosto de 1965.

OBRAS


Don-ino House ou Casa Dominó 

Seu primeiro projeto baseado no conceito simples e racional foi a “Casa don-ino”, de 1914, constituída com lajes planas, pilares e fundações em concreto armado, que propôs uma ordem racional entre os seus elementos e a sua construção. Através de sua teoria, Le Corbusier introduziu os Cinco Princípios Arquitetônicos: planta livre, teto-terraço, pilotis, esquadrias livres e grandes aberturas.



Unite d’ Habitation 


Concluído em 1952, a Unite d’ Habitation foi o primeiro de uma série de projetos habitacionais de Le Corbusier, cujo foco era a vida comunitária para todos os moradores, um lugar para fazer compras, divertir-se, viver e socializar, uma "cidade-jardim vertical."


Unite d’ Habitation 

A Unité d'Habitation foi uma nova abordagem, tanto para Le Corbusier, quanto a novas formas de criar um grande complexo residencial para acomodar cerca de 1.600 moradores. Especialmente, pois o arquiteto nunca havia feito edifícios de uma escala tão importante, sobretudo quando comparado às moradias dos anos 20. Ao projetar para um número tão significativo de habitantes, o instinto natural é projetar horizontalmente espalhando-se sobre a paisagem. Em vez disso, Le Corbusier projetou a comunidade que poderia ser encontrada dentro de um bairro com uso misto, um edifício moderno, residencial e de grande altura.




Implantação


Planta


Corte

A ideia de Le Corbusier da "cidade jardim vertical" baseou-se em trazer a vila para dentro de um volume maior, permitindo aos habitantes terem seus próprios espaços privados. Fora desse setor privado eles poderiam fazer compras, comer, exercitar-se e reunir-se.





Villa Savoye


Situada em Poissy, em uma pequena comuna de Paris, a Villa Savoye de Le Corbusier, é uma das contribuições mais significativas para a arquitetura moderna no século xx. ConcluídA em 1929, a Villa Savoye é uma tomada moderna em uma casa de campo francesa que celebra e reage com a idade da nova máquina transformada. A casa de Le Corbusier, bem como os princípios do Estilo Internacional, é um dos precedentes arquitetônicos mais importantes da história, tornando-a, a partir do seu contexto físico e seu design a ser integrado no contexto industrial / mecanicista, como uma entidade mecanizada


Villa Savoye

Villa é o melhor exemplo dos cinco pontos da arquitetura moderna* formulados por Le Corbusier. Eis os cinco pontos:

01 — os pilotis: ao utilizar pilares tornando todas as construções suspensas, Le Corbusier cria então no ambiente urbano uma nova perspectiva, reformulando o traçado urbano.
02 — terraço-jardim: o teto não é mais como no passado, tradicional com o telhado, agora torna-se um terraço acessível e pode ser aproveitado e também plantado.
03 — planta livre: graças ao concreto armado, a casa é libertada das paredes estruturais, agora essa função pertence aos pilares, a disposição da planta é livre.
04 — a fachada livre: as fachadas também tornam-se independentes da estrutura sustentadora, não mais seguem à forma estrutural e colocam-se livremente sobre pilares.
05 — janela em fita: as fachadas podem ser abertas largamente com longas janelas que fornecem luz e transparência ao interior das edificações.





A Capela Notre Dame du Haut


A Capela Notre Dame du Haut, ou Nossa Senhora das Alturas, está localizada no sopé da cadeia montanhosa dos Vosges, próxima de Belfort, na França. Ela é considerada como um dos exemplares mais importantes de arquitetura religiosa do século XX.  Foi projetada por Le Corbusier, em 1955 – a terceira e última igreja de sua carreira. Recentemente, foi adicionada na lista do Patrimônio Mundial da UNESCO.

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O sistema estrutural de Notre Dame consiste em colunas de sustentação. As quatro paredes formam as quatro fachadas – duas em sentido côncavo e duas convexas.
Já a cobertura – o “grande caranguejo” – foi feita em concreto armado através de um processo de pulverização do material por pistola sobre malha de aço. Ela é sustentada pelas paredes portantes; contrastando, justamente, desses muros brancos pelo seu tom escuro e aparência tosca. Apesar da dualidade, há certa unidade visual no conjunto. As pequenas aberturas envidraçadas quebram a monotonia dos planos puros, levando luz natural aos interiores – como se fosse uma noite estrelada.



Villa Roche

Projetada de 1923-1925 como uma residência para o banqueiro suíço Raoul La Roche, a Villa Roche atuou como um espaço de exibição para a coleção de obras de arte em Paris. Um conjunto de volumes puros que interligam o programa duplo de residência e galeria.



No volume maior, janelas em fita no primeiro pavimento garantem a continuidade entre volume e plano. Já no segundo andar, a composição de uma grande abertura no volume proeminente, e três pequenas aberturas no plano ressaltam o deslocamento da fachada. 


A assimetria presente nas fachadas continua no interior. Um jogo de planos e recortes garante que o passeio dentro da casa seja único.



Abordagem de Le Corbusier no projeto da Villa Roche rendeu um grande modelo para a arquitetura francesa. Le Corbusier a descreve como: pitoresca, cheia de movimento, mas que requer uma clássica hierarquia para discipliná-la."

Convento de La Tourette 


Localizado na França, o ano do projeto é de 1960. O terreno apresenta um acentuado declive e poderosas vistas. Cada uma das cem células possui um balcão virado ao exterior, com as áreas comunais abaixo e o claustro contínuo em volta da cobertura. O edifício é materializado em concreto armado aparente, com superfícies envidraçadas em três das quatro faces externas.

Convento de La Tourette 

O Mosteiro é composto por cem células individuais, uma biblioteca comunitária, um refeitório, uma cobertura claustro, uma igreja, e salas de aula.
Os pilotis alinham-se às paredes internas e abrem as fachadas a grandes panos de vidro. Os clássicos telhados jardins conformam um promenade arquitetônico.


Convento de La Tourette 

Os espaços de residência e local de aprendizagem localizam-se num volume em forma de U, em torno do pátio central, fechado pela capela ao fundo que, ao ser sutilmente afastada, cria uma hierarquia e um ponto de vista no pátio, tanto interna, como externamente.



Convento de La Tourette: Implantação





Planta


Corte

Alguns prêmios:

  • Ordem Nacional da Legião de Honra;
  • Medalha de Outo do RIBA, 1953;
  • Medalha de Ouro AIA, 1961.