A Arquitetura de Oscar Niemeyer

Trajetória

Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho (Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1907 - Rio de Janeiro, 5 de dezembro de 2012), foi um dos maiores arquitetos do Brasil, considerado uma figura importante para o desenvolvimento da arquitetura moderna.
Oscar Niemeyer, se formou em arquitetura pela Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro em 1934. Nesse ano, passou a frequentar o escritório de Lucio Costa, sem receber. Em 1936, integra a comissão criada para definir os planos da sede do Ministério da Educação e Saúde (MÊS), no Rio de Janeiro, Niemeyer, que estava como estagiário de Lucio Costa, trabalha com a supervisão do arquiteto franco-suíço Le Corbusier (1887-1965). Apesar de ser um iniciante naquela época, foi Niemeyer quem sugeriu a mudança da altura dos pilotis de quatro para dez metros à equipe. Sua proposta foi acatada com sucesso. 
Em 1937, projeta a Obra do Berço, no Rio de Janeiro, seu primeiro projeto construído. Juscelino Kubitschek é eleito presidente do Brasil em 1956, e sua principal vontade é mudar a capital, então do Rio de Janeiro, do litoral para o centro do país, já previsto na primeira Constituição do Brasil. Assim, elabora pelo arquiteto Isral Pinheiro e Ernesto Silva, é lançado o edital do concurso de um Plano Piloro para Brasília em setembro de 1956. Tal plano deveria propor todo o urbanismo da cidade, mas não previa o projeto dos edifícios públicos. Lucio Costa vence o concurso.
Em 1958, Niemeyer é nomeado arquiteto-chefe de Brasília, para onde se transfere e permanece até 1960 e projetou diversas obras para a capital brasileira, como: Palácio do Planalto, a catedral de Brasília, o Congresso Nacional, o Palácio da Alvorada e o Palácio de Itamaraty.
O arquiteto foi nomeado coordenador da Escola de Arquitetura da Universidade Brasília (UnB) em 1962. Três anos depois, ele se demitiu da instituição, junto com mais de 200 professores em protesto /á politica universitária instaurada com o governo militar. Membro do partido Comunista Brasileiro desde 1945, o arquiteto foi impedido de trabalhar no Brasil e, em 1967, transferiu-se para Paris, onde projetou a sede do Partido Comunista Francês.
Durante o exilio, Niemeyer realizou diversos projetos internacionais, tais como a sede da Editora Mondadori, na Itália, e a Universidade de Constantine, na Argélia. O seu escritório localizava-se no Champs Elysées, em Paris. Ele voltou ao Brasil no inicio dos anos 80, com o fim da ditatura.

 

Obras

Seus projetos se destacam pelas curvas sinuosas, estilo único, a exploração das inúmeras possibilidades do concreto armado e de outros recurso e materiais naturais, como a iluminação e mármore.

Palácio da Alvorada



Palácio da Alvorada | Fonte: Joana França

O Palácio é designado como residência oficial do Presidente do Brasil. Situa-se às margens do lago Paranoá, tendo sido o primeiro edifico inaugurado na Capital Federal, Brasília, em 30 de junho de 1958.


Croqui do primeiro estudo para o Palácio da Alvorada

O Palácio é composto em sua fachada por pilares, cujo o contorno é uma parabola de 4º grau. A laje da fachada é também curva, para permitir a entrada de luz e se desconectar da laje principal. Esse recurso construtivo permite que os pilares parabólicas suportem apenas os esforços da laje da cobertura e do piso da varanda, possibilitando a forma. Mesmo assim, as regiões das pontas dos pilares são quase que estruturas metálicas cobertas concreto, para poderem resistir ao acúmulo de tensões. 


Fonte: Cláudia Estrela Porto

No corte, é possível notar que os apoios internos recebem a maior parte do carregamento. 


Cortes

Palácio do Planalto


O surgimento do Palácio, como é de se esperar, tem total relação com o contexto historio vivido pelo Brasil na época. A capital, que era o Rio de Janeiro, seria transferida para Brasília, em um distrito planejado exclusivamente para ser o centro do governo brasileiro. 


Palácio do Planalto

Sede do poder executivo do Governo Federal Brasileiro. Está situada na Praça dos Três Poderes em Brasília e foi um dos primeiros edifícios construídos na nova capital. Sua inauguração foi em 21 de abril de 1960, foi o centro das comemorações da inauguração de Brasileia e marca a historia brasileira por simbolizar a transferência da nova Capital Federal para o centro do País.


Palácio do Planalto: Planta Baixa


Palácio do Planalto: Croqui de Oscar Niemeyer

Os pilares internos recebem a maior carga, e os pilares da fachada recebem apenas a carga da laje de cobertura. Esta laje é do tipo nervurada em caixão perdido, que assim como a do Alvorada, diminui sua espessura em direção a borda.

Edifício Copan


O projeto foi encomendado pela Companhoa Pan-Americana de Hotéis, e é daí que vem o nome do edifico (Copna é a abreviatura do nome da empresa)


Edifico Copan

Localizado em São Paulo, o edifício começou a ser construído em 1951, mas devido a alguns imprevistos como a demora na aprovação do alvará de construção e problemas financeiros, a obra só foi concluída em 1966.






Foi construído com alvenaria e concreto armado. O revestimento foi feito com pastilhas cerâmicas. Também se tem a utilização de brises. O elemento além de oferecer proteção solar e conforto térmico, também ajudou a realçar a fachada ondulada.


Copan: Planta Baixa

O Edifício Copan tornou-se icônico pela sua arquitetura e um símbolo da cidade de São Paulo como arquitetura modernista no Brasil. Seu formato em S contrasta com a paisagem, creia de ângulos retos.

Casa das Canoas


O arquiteto projetou sua própria residência com total liberdade, sem mexer nos desniveis do terreno, só adaptando o imóvel às curvas da planta. 


Casa das Canoas

Localizada em São Conrado, no Rio de Janeiro, a Casa das Canoas foi projetada em 1951 e construída em 1953.
Possui 95,8 m² no pavimento inferior e 112,5 m² no superior. O espaço é composto pela sala de estar e jantar, cozinha e lavabo e no espaço privativo, são 4 quartos.


Casa das Canoas: Planta original desenhada por Niemeyer | Fonte: Fundação Oscar Niemeyer


Casa das Canoas: Representação

O projeto é todo integrado com a natureza, Niemeyer envidraçou a casa a deixando o mais transparente possível em meio a vegetação, também se tem a presença de uma grande rocha incrustada na Casa das Canoas e ele faz o projeto girar em torne dela, tornando a natureza essencial do ambiente.


Casa das Canoas: Detalhe da rocha | Fonte: Nelson Kon

Com o uso do concreto armado, é possível observas característicasmarcantes do arquiteto, que são as formas livres e sinuosas, as curvas contornando a natureza.


Casa das Canoas: Vista Aérea

No ano do centenário de Oscar Niemeyer (2007), o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) tombou 27 obras do arquiteto, e entre elas a Casa das Canoas.

Auditório Ibirapuera



Auditório Ibirapuera | Fonte: Nelson Kon

Parte do projeto arquitetônico do Parque Ibirapuera, criada para as comemorações do IV Centenário de São Paulo, o Auditório Ibirapuera, conhecido também como Auditório Oscar Niemeyer, não foi construído há tempo da inauguração, e quando concluído, sofreu alterações em relação ao projeto original.


Auditório Ibirapuera: Fachada Frontal | Fonte: Nelson Kon


Auditório Ibirapuera: Fachada Lateral | Fonte: Nelson Kon


Auditório Ibirapuera: Fachada Fundos | Fonte: Nelson Kon

O prédio possui simplicidade volumétrica singular, sendo composto de um bloco único, que em planta tem a forma de um trapézio e, em corte, a forma de um triângulo e, assim como os demais prédios do parque, o auditório é inteiramente branco, composto de concreto armado e pintura impermeabilizante na cor branca.


Auditório Ibirapuera: Corte


Auditório Ibirapuera: Plantas

Uma marquise, executada em metal e pintado de vermelho, cobre o acesso principal devido à sua forma e cor dá identidade ao prédio, caracterizando-o e o diferenciando dos demais. Por este motivo, o elemento foi transformado em logomarca do auditório e batizado oficialmente de "Labareta".


Auditório Ibirapuera: Detalhe Marquise | Fonte: Nelson Kon

        Alguns Prêmios

  • Prêmio Leão de Ouro da Bienal de Veneza (1949)
  • Prêmio Pritzker de Arquitetura (1988)
  • Prêmio Príncipe das Astúrias da Arte (1989)
  • Medalha do Mérito Cultural do Brasil (2007)

        Alguns Livros

  • Minha Experiência em Brasília (1961)
  • A Forma da Arquitetura (1978)
  • Conversa de Arquiteto (1993)
  • A Curva do Tempo (1998)
  • Minha Arquitetura (2000)